quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Primeiro Beijo

O mais legal de ter uma brecha de 20 e poucos anos de conversa, é que as pessoas querem saber o que aconteceu em sua vida nesse breve intervalo.

Eu e mais alguns amiguinhos reprovamos a oitava série e não nos formamos com o grupo. Lembro que na festa fui questionada pela filha da Amy do porquê acabei reprovando. Num momento de sinceridade soltei: É J-LO, a titia tinha outros interesses, principalmente voltados para um menino que me deixava debruçada na janela por longos períodos.

Nunca fui realmente uma menina “ligada” em meninos. Gostava de brincadeiras de rua, de conversar, contar histórias, piadas, de ser uma boa amiga...

E eu lembrei da história do meu primeiro beijo.

Fiquei na janela por noites a fio (mamãe estudava à noite, o que facilitava sempre minha cara de paisagem quando ela chegava) e o rapaz morava no prédio ao lado do meu. Depois de muito olhar, conheci amigos em comum e fui apresentada a ele. Ele era um tubarão. Eu era apenas a Dori naquele imenso aquário, mas não estava pensando muito nisso na hora (sim amigos, os hormônios femininos entraram em ebulição).

E depois de vidros de perfume Thaty, de desfiles de roupas (eu me arrumava só pra ficar lá embaixo) um certo dia rolou.
E foi....péssimo kkkkkkk
Já me achava PHD em beijo: a revista Capricho e todas as publicações teens me ensinavam, falavam pra beijar a mão e fazer aquele movimento tal tal tal.. e eu fiz tudo... e na hora H eu escutei: “me dá sua língua”.
OI? COMO ASSIM?A REVISTA NÃO FALA NADA DISSO.
Foi vexatório. Subi meio arrasada e não desci mais por um bom tempo.

Naquela época não tinha celular, era telefone mesmo, onde a sua família pagava aquelas contas altíssimas e te xingava por você ter IDO à escola e mesmo assim passar pelo menos 1h ao telefone com alguma amiga. E ele descobriu meu telefone... e me ligou. E foi ótemo! Passei mais umas semaninhas cozinhando o rapaz até que nos encontramos novamente. Dessa vez o local escolhido foi “A Escada” (coidata, se elas falassem kkkk)

Lembro como se fosse hoje: eu sentada num degrau e ele no degrau de cima. E aquela beijação doida, e ele passando a mão onde não devia e eu segurando aquela mão..... só sei que nessa maratona o cara conseguiu abrir o zíper da calça, colocar os documentos pra fora e segurar meu rosto bem pertinho daquela genitália desnuda.... não, eu nunca tinha visto nada ao vivo nem de longe, imagina a um palmo do nariz.

Minha reação?

- O que que é isso fulano, você tá maluco?
- Magina lindinha, dá um beijinho nele...ele tá louco por você
- Socorro, socorro, SOCOOOOORRRROO

E foi assim que desci 13 lances de escada correndo e gritando feito maluca. Porque ficar com alguém no primeiro andar é para os fracos....

O menino?
Cada vez que eu olhava pra ele, lembrava daquele momento vexatório e obviamente não tivemos mais nada.

A escola?
Perdi o ano, o foco, mas pelo jeito não os amigos :)

A revista?
Nunca mais acreditei nessas publicações idiotas. Passei a ler Julia, Sabrina, Bianca...  revistas que narravam mocinhas cabeças de vento, lugares paradisíacos e o mais importante: a descrição dos beijos era beeem mais real kkkkk

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