Impossível não sorrir ao lembrar de quando desci na estação Venezia Mestre achado que era Venezia Santa Lucia e corri de volta pro trem. Ou recordar os 40 minutos que fiquei numa plataforma em Paris aguardando o trem para Versailles e descobri que ela fechava aos domingos.
Também ficava estressada toda vez que me perdi na estacão Le Chatelet em Paris...rs mas gostaria que esse meio de transporte existisse em abundância no Brasil. Claro que tem muito mais coisa envolvida: ferrovias diminuiriam o tempo de traslado entre locais mas também não deixaria o governo ganhar dinheiro em obras que nunca terminam, em estradas que levam a lugar nenhum e isso faria com que a economia desse uma boa acelerada (péssimo).
Por falar em acelerada: lembram dos famosos Tigres Asiáticos (Cingapura, Coreia e Taiwan) e de como tudo era made in Taiwan? Hoje só existe o Made in China. Da miniatura da Torre de Pisa até a escova de cabelo vendida na Eurodisney, tudo é produzido por eles.
Existe uma Chinatown em cada cidade do mundo, é impressionante.
E eles tem dinheiro, muito dinheiro.
Vem em grupos, lotam monumentos, são ágeis, são novos, são idosos... você raramente vê algum deles usando as coisas que vendem para o resto do mundo ( sempre bolsas de marca, celulares originais...).
Eu nem precisava ter ido até Paris pra comprar uma miniatura da Torre, pq a que eu comprei lá e a que tem aqui possuem a mesma marca: China. É decepcionante, é a economia, é a lei do mais forte, enfim... gostaria de saber onde e quando eles vão parar.
Outra coisa que senti bastante foi com relação a comida. Desculpe, mas nós comemos o que há de mais básico no mundo (pra não usar outra palavra). Como eu não queria pagar 1 euro em cada banheiro e não conhecia o mapa das privadas na Europa, achei melhor ficar tomando suco de limão e maçã pq até aquele iogurte nesquik é muuuito mais denso do que o nosso.
Eu passei mal ao comer o verdadeiro presunto (prosciutto) e queijo italiano. É muito forte, consistente e em NADA se assemelha ao presunto que comemos.
Tive uma aula no mercado com um senhor italiano que falava rápido, orgulhoso e feliz, de como os porcos comem frutas antes do abate e que eu deveria conhecer uma verdadeira casa de "Prosciutto Crudo". Fiquei pensando nos porquinhos brasileiros comendo lavagem com bactérias e resolvi declinar a oferta...rs
Conhecer novas culturas, mesmo que num curto espaço de tempo, te faz repensar valores e valorizar a sua vida.
Fiz amizades!
Conheci um indiano sorridente, mas sofrido, erradicado em Roma há muitos anos. Uma camareira senegaleza com mãe em Lisboa e que se emocionou quando soube que eu iria passar algumas horas por lá....Os brasileiros e muçulmanos que fazem todo tipo de serviço que os europeus consideram de baixa remuneração... e assim vão levando a vida né?
Se eu queria morar lá? Claro que sim.
Mas preciso desapegar da minha boa casa (eles pagam camas por semana), de minhas regalias, da netflix, do 212 vip, de ir ao samba, de fazer compras na sephora, pq a prioridade é vender o almoço pra comprar a janta (assim como no Brasil) e viver sempre com o peso de ser o imigrante que está roubando o seu trabalho (mesmo que ele nunca tenha pensado em fazer faxina ou em abordar as pessoas na rua pra comer no restaurante caro ao lado das atrações).
Eu gosto disso. Gosto de ver o lado menos glamuroso dos lugares, pois acaba aquela utopia de que lá é a segunda maravilha do mundo para se viver (a primeira é a casa branquíssima do meu querido Tio...rs).
Obrigado a você que leu todos os meus posts, não curtiu, mas me mandou whats emocionados sobre a minha viagem....rs
O mais gostoso de realizar um sonho não é chegar ao fim, é curtir cada etapa \0/\0/\0/
Eu curti fazer os roteiros, as pesquisas, as tentativas de comprar passagens por 9 euros e as comemorações por ter conseguido, eu curti quando o dolar subiu e eu ja tinha 80% da viagem pronta e eu atingi o ápice quando vivenciei tuuuudo isso.
Eu amei fazer da minha página um diário de bordo nada didático.
Fechamento com chave de ouro.
Merci, Obrigada, Grazie di tutto.
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